No dia de São Miguel Arcanjo (29 de setembro), às 18 horas, na Santa Missa. Esse foi o momento que o Pai chamou para junto de si um dos seus grandes missionários.  Irmão Adelino Custódio Sobrinho “nos deixou e foi para onde sempre quis estar, com Deus e Nossa Senhora”.

O irmão estava com 84 anos e nos últimos oito meses estava acamado, lutando contra uma bactéria que se alojou em seu organismo. Ele estava sob os cuidados dos frates no Seminário São Vicente Pallotti, em Londrina.

Padre palotinos de Londrina e região participaram da Santa Missa de corpo presente

Para sua despedida foi celebrada uma missa de corpo presente, na Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, presidida pelo reitor do Seminário padre Valdecir Antônio de Almeida e concelebrada por diversos padres palotinos de Londrina e região. O sepultamento foi no Cemitério São Pedro, em Londrina.

O Ir. Adelino não era um homem de discurso, mas de testemunho, silencioso por meio da oração do terço. Ele costumava rezar em média 30 terços diários e sempre dizia que era pouco, que Nossa Senhora merecia muito mais. Era comum vê-lo andando pelos corredores do Seminário com o terço na mão.

“Em suas andanças missionárias, caminhando, ou era a sua disposição ou a sua oração que o levava sem apresentar algum tipo de cansaço ou desânimo”, recordou padre Valdecir, em sua homilia. Por onde passava era logo reconhecido por todos, com sua blusinha fina, não importava se era frio ou quente era sempre a mesma blusa.

“Estava sempre na mesma toada como as canções que tocava na gaita. Foi uma pessoa feliz, realizada naquilo que fazia. Fazia muito sacrifício, tanto que até dom Albano, arcebispo de Londrina na época, teve que falar com o irmão para parar de fazer jejum em excesso, porque iria morrer de fome”, disse o reitor.

“Certa vez andando pela região de Martinópolis, a pé, passou um caminhão de boias-frias e o motorista o reconheceu, ofereceu carona e ele aceitou sem rodeio e fez a maior festa no meio daquela gente trabalhadora com a sua gaita, andava com ela no bolso. Para muitos uma loucura, mas para ele uma santa aventura em nome de Deus. Segundo ele com Deus a gente vai longe e chega até o céu”, contou o padre.

Irmão Adelino viveu suas promessas como consagrado palotino de maneira ímpar. Não acumulou nada para si. De seus pertencentes deixou uma blusa que foi entregue a uma parente e foi enterrado com seu gorrinho. “A sua herança é seu testemunho de fé e de obediência ao amor de Maria e da Igreja”, afirmou padre Valdecir.

Foi cozinheiro no Seminário. Foi alfaiate, fazia o hábito dos seminaristas palotinos e foi sacristão por mais de 40 anos do padre Francisco Schneider.

Irmão Adelino nos deixa o seu grande testemunho como missionário e a sua dedicação à oração. “Assim como dizia São Vicente Pallotti, quando eu não tiver outra coisa a oferecer não cessarem de rezar para que haja um só rebanho e um só Pastor”.