Este ano, o 55º Dia Mundial das Comunicações Sociais (DMCS) será celebrado no dia 16 de maio. Com o tema “Vem e verás (Jo 1,46): Comunicar encontrando as pessoas onde estão e como são”, a data é um momento para os agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom) refletirem sobre o seu papel como missionários do Evangelho.

“Ser agente da Pascom é ser missionário e o missionário não se contenta em ser apenas expectador. É uma tentação, com as inovações tecnológicas, perdermos o entusiasmo, a coragem de estar onde as pessoas estão. Mas o missionário, quando entende que a sua missão se concretiza com a presença, ele entende que precisa se comunicar e levar a comunicação se fazendo presença onde as pessoas estão e como elas são”, afirma padre Dirceu Júnior dos Reis, assessor da Pascom Arquidiocesana de Londrina. 

Padre Dirceu Júnior Reis, assessor da Pascom Arquidiocesana de Londrina

Qual a importância da comunicação dentro da paróquia? 

A comunicação dentro de uma comunidade paroquial não é um elemento dispensável, não é um anexo, mas é uma realidade essencial. Toda a evangelização é uma ação comunicativa. Não existe evangelização sem comunicação. Comunicar o Evangelho, a realidade das pastorais, dos movimentos, das lideranças é algo intrínseco à nossa identidade de cristão. Por isso, a importância da comunicação dentro de uma paróquia. É uma importância pela qual nenhum de nós pode renunciar. Não há evangelização que não seja comunicação. 

Como a pandemia afetou o trabalho da Pascom? 

Respondo essa pergunta a partir de três pontos fundamentais. O primeiro, a pandemia nos mostrou que a comunicação, além de necessária, pode ser criativa. Essa foi a primeira lição trazida pela Pastoral da Comunicação por meio da pandemia. A comunicação, quanto mais criativa, mais viva ela se torna. A pandemia nos apresentou que a Pascom precisa cada vez mais estar atenta à criatividade na comunicação. O segundo ponto é que a pandemia fez com que a Pascom pudesse apresentar verdadeiramente qual é a sua missão.

A missão da Pastoral da Comunicação é também a fotografia, a filmagem, as redes sociais, mas não é somente isso. A Pascom tem a missão de criar nas nossas comunidades paroquiais a cultura da comunicação. Porque é na cultura da comunicação que a pastoral de conjunto deixa de ser uma utopia e torna-se uma realidade. Terceiro e último ponto foi de perceber que nós, pela Pascom, conseguimos evangelizar de forma eficaz, sobretudo, àqueles que não estavam mais na comunidade.

A Pascom tem o poder de levar o Evangelho a pessoas que vivem somente a realidade virtual. Quando a Pascom transmite uma liturgia, uma formação, uma oração ela torna-se instrumento de conversão para aqueles que estavam afastados. E, por meio de uma live, de um vídeo, de uma imagem, deixam-se tocar pelo Espírito Santo que comunica a novidade do Evangelho. 

Como podemos, em tempo de pandemia, colocar em prática o pedido do Papa Francisco de comunicar encontrando as pessoas onde e como são?

O Papa Francisco nos ajuda a entender a nossa vocação de comunicadores como uma verdadeira missão. Ser agente da Pascom é ser missionário, e o missionário não se contenta em ser apenas expectador.  É uma tentação, com as inovações tecnológicas, perdermos o entusiasmo, a coragem de estar onde as pessoas estão. Mas o missionário, quando entende que a sua missão se concretiza com a presença, ele entende que precisa se comunicar e levar a comunicação se fazendo presença onde as pessoas estão e como elas são.

Esse Dia Mundial das Comunicações Sociais nos ajuda a entender isso: a comunicação como missão que tem como ponto de partida a acolhida. Por isso que não é somente estar onde as pessoas estão e como elas são. E nós só conseguimos, na comunicação, enxergá-las como elas são se tivermos um coração disposto a acolher. E o exercício da acolhida é um grande exercício de comunicação. Nós que nos comunicamos pelas palavras, pelas imagens, mas também pela postura de acolhida.