Ariana Zortea – Pascom

O ano de 2020 havia sido definido como o “Ano da Visitação” em nossa paróquia. O calendário paroquial estava repleto de atividades, festas, novena, terços, formações e peregrinações. Atividades que buscavam estreitar a vivência em comunidade. Mas em março, durante a Quaresma, tudo parou. As missas com fiéis foram suspensas e, de uma hora para outra, foi preciso repensar em como ser comunidade à distância. 

Durante meses os padres celebraram a Santa Missa com a igreja vazia. “Além da tristeza foi uma sensação de incompletude, nós formamos o corpo místico de Cristo então, de certa maneira, a gente sente essa comunhão. Você procura enfrentar essa dificuldade que nos apareceu no caminho a partir da fé com o olhar da fé”, afirmou o pároco padre Bruno Áthila. 

Mas com a flexibilização dos protocolos sanitários, as atividades começam a ser retomadas e é o momento de olhar para 2021. Padre Bruno lembra que quando as atividades pastorais foram canceladas as pessoas reclamavam, queriam participar da missa, rezar na igreja. O processo de abertura está sendo vivido com muita alegria e esperança. 

“É com esse espírito de esperança que cremos que o ano de 2021 vai ser um ano bom, que vamos conseguir realizar os nossos trabalhos, a nossa missão, caminhar juntos, ajudar a carregar as nossas cruzes diárias e bem disponíveis a serviço de todos os irmãos”, disse o pároco. 

Para a coordenadora da IAM (Infância e Adolescência Missionária), Karen Rodrigues Chacorosqui, o próximo ano será de desafios. “Vamos ter que fazer um trabalho para cativar, conquistar, os pais e as crianças que desanimaram”, comentou. A IAM iniciou as atividades de 2020 com a Noite do Soninho temática de Carnaval, realizou dois encontros, e teve que parar em função da pandemia. “Com as atividades suspensas em março as crianças desanimaram bastante”, disse. 

O carisma da AIM está na missão, na Igreja em Saída, e as crianças adoravam ir para rua evangelizar. “Foi ali [nas visitas] que as crianças aprenderam que na vida há flores, mas também têm espinhos. Que nas casas em que não eram atendidos, que as pessoas mais precisavam de oração.  Para mim foi uma dor muito grande [estar com as atividades suspensas]. Sinto falta desse conhecimento e crescimento das crianças”, desabafou Karen. 

A coordenadora da IAM diz que mantém contato com as crianças e os pais pelo WhatsApp e relata que as crianças estão sentindo muita falta de missa. “Foi uma lição. Elas estão dando mais valor à missa”, contou.  O decreto da Arquidiocese liberou a participação de crianças acima de 8 anos.

Retorno gradativo das atividade 

“Este ano de 2020 trouxe lições e desafios, mas também serviu para nos lembrar que precisamos dar valor para aquilo que há de mais precioso: aqueles que amamos”, afirmou Ana Lucia Borsato, coordenadora do Coral Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos. 

O coral ainda está afastado das missas, pois a maioria dos integrantes são do grupo de risco. Vontade de voltar a cantar nas missas não falta, mas o grupo deve aguardar até março para retornar as atividades. Os cantores motivam uns aos outros com mensagens pelo WhatsApp. 

O Apostolado de Oração e os Adoradores da Eucaristia também têm muitos integrantes do grupo de risco e adaptaram as atividades para continuar com seus carismas. A coordenadora do Apostolado, Terezinha de Fátima Silveira Montesin, relata que manteve as atividades conforme orientações passadas pela internet como a Catequese sobre as 12 Promessas do Coração de Jesus e as intenções mensais de oração do Papa Francisco.  

Os Adoradores mantiveram a adoração e orações individuais, com a montagem de um altar em casa. Com o retorno das atividades, as adorações estão ocorrendo na igreja, às sextas-feiras, de forma individual. 

Na Adoração Eucarística, o mais importante é deixar-se amar e abraçar pelo Senhor em cada momento. É estar em sua presença, é conversar, confiar em seu melhor amigo, entrar em sua intimidade.

“Você pode ter certeza de que em todos os momentos da sua vida, o tempo que você passa diante do Santíssimo Sacramento será aquele que lhe dará mais força durante a vida e mais consolo na hora da morte e durante a eternidade”, afirmou  Maria Aparecida Ferreira, coordenadora dos Adoradores da Eucaristia. 

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