Guardar o depósito da fé é a missão que o Senhor confia à sua Igreja e que ela cumpre sempre em todos os tempos”. É com essa frase que São João Paulo II começa a Constituição Apostólica Fidei Depositum para a publicação do Catecismo da Igreja Católica (CIC) redigido após o Concílio Vaticano II.

O CIC traz a exposição da fé e da doutrina católica, embasada pela Sagrada Escritura, pela Tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja. O documento deve ser, junto com a Bíblia, o livro de cabeceira de todo católico. “O Catecismo deve estar a mão”, disse o pároco padre Bruno Áthila, no Dia da Palavra, em maio.

O documento foi publicado em 1992, fruto de seis anos de trabalho de uma comissão composta por 12 cardeais e bispos e presidida pelo então cardeal Joseph Ratzinger – Papa Bento XVI -. O CIC atende o desejo dos padres participantes da Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, realizada em janeiro de 1985, por ocasião dos 20 anos do encerramento do Concílio.

Em razão do Ano da Fé, que marcou os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, o papa Bento XVI, escreveu na a constituição apostólica Porta fidei que “para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II”.

“Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé”, escreveu o Papa emérito.

“O Catecismo da Igreja Católica começa justamente colocando o homem dentro do contexto de que é preciso mergulhar no conhecimento de Deus. Voltar a atenção para Deus, conhecendo-O, para poder amá-Lo, pois não é possível amar, sem conhecê-Lo. É necessário estudar aquilo que Ele revelou. Daí se percebe a importância da catequese, da transmissão da fé ao longo da História da Igreja”, diz padre Paulo Ricardo.

O CIC é dividido em quatro partes distintas, mas ao mesmo tempo interligadas. A primeira é sobre a profissão de fé, a segunda sobre os sacramentos da fé. Na terceira parte aprende-se como viver a fé, por meio dos dez Mandamentos e a última fala da oração na vida da fé, representada pelo Pai-Nosso.

Vinte anos após a elaboração do documento, o Papa Bento XVI promulgou o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, que é uma síntese fiel do CIC. “Ele contém, de maneira concisa, todos os elementos essenciais e fundamentais da fé da Igreja, de forma a constituir, como desejara o meu predecessor, uma espécie de vademecum, que permita às pessoas, aos crentes e não crentes, abraçar, numa visão de conjunto, todo o panorama da fé católica. Ele espelha fielmente na estrutura, nos conteúdos e na linguagem o Catecismo da Igreja Católica, que encontrará, nesta síntese, uma ajuda e um estímulo para ser mais conhecido e aprofundado”., escreveu o Papa emérito.

A edição típica latina do documento foi autorizada pela Carta Apostólica “Laetamur Magnopere”, cinco anos após a Constituição Apostólica Fidei Depositum.

 

AS QUATRO PARTES DO CIC

A profissão de fé

O Catecismo começa expondo em que consiste a Revelação, pela qual Deus se dirige e se doa ao homem, e a fé pela qual o homem responde a Deus

Os sacramentos da fé

Expõe como a salvação de Deus torna-se presente nas ações sagradas da Liturgia da Igreja, particularmente nos sete mandamentos

A vida em Cristo

Apresenta a bem-aventurança e os caminhos para chegar nela, mediante um agir reto e livre, por meio de um agir que realiza o duplo mandamento da caridade, desdobrado nos dez Mandamentos de Deus

Oração na vida de fé

Trata do sentido e da importância da oração na vida dos crentes. Termina com comentários sobre os sete pedidos de oração e o conjunto de bens que devemos esperar e que o Pai celeste quer nos conceder

Fonte: Catecismo da Igreja Católica