A Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos realizou de 6 a 13 de janeiro seu primeiro Oitavário da Epifania, uma tradição introduzida por São Vicente Pallotti em meados de 1840.  A oitava ocorria na liturgia antes do Vaticano II e era inspirada nos diversos estilos de ritos litúrgicos e nacionalidades existentes em Roma, para que se compreendesse como se manifesta o encontro dos Reis Magos com o Menino Jesus.

Na Rainha dos Apóstolos, foram celebradas missas em latim (Rito Paulo VI), espanhol e italiano e as celebrações em português tiveram temas que conduziram os fiéis a meditarem sobre o Jesus que nasce e que é luz.   “Os Reis Magos que inquietaram para conhecer Jesus, o espírito de cooperação da família de Nazaré, o espírito de unidade. Estes foram os temas pensados para levar a meditação sobre a manifestação de Jesus a todos nós”, explicou o frater Ivan Lucas Batisttin, organizador o Oitavário.

Ao final de cada missa a comunidade venerou a imagem do Menino Jesus.

Para ele, resgatar a solene celebração é ir de encontro da necessidade da Igreja e de Jesus, no sentido de sermos um só rebanho, sob o comando de um só pastor.  “O Oitavário é a representação do carisma da obra do apostolado católico. Recorda que o Menino Jesus se manifesta a todos, contudo a maneira de se celebrar tal manifestação pode ocorrer de diversas formas”, afirmou.

“A salvação trazida por Cristo não conhece barreiras, limite de cor, de raça, de condição social. Ele veio para todos. A Epifania é essa grande manifestação plena da salvação de Deus em Jesus para todos os povos representado nos três Reis Magos”, disse padre Bruno Áthila, pároco da Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos.

O padre lembra que São Vicente Pallotti sempre destacou o oitavário, pois tem muito haver com o carisma palotino e a ideia que Palloti tinha de que todos são chamados a colaborar na obra da salvação. “A Epifania evoca tudo isso que tem haver com o carisma palotino. No brasão da S.A.C (Sociedade do Apostolado Católico) tem a estrela de Belém que conduz os Rei Magos”, falou o pároco.

A oitava da Epifania também é um momento para tomada de consciência de que Deus se manifesta a todos e que é preciso se abrir ao irmão, a fraternidade. “Podemos colocar em prática (Epifania) tendo a consciência desta abertura ao diferente, de que Deus se utiliza destes estrangeiros (Reis Magos), que eram das cores da humanidade (branco, negro, amarelo). É estar disponível e aberto a salvação. É estar aberto ao outro, ao irmão onde Deus se manifesta”, disse padre Bruno.

Ele enfatizou que “o homem é errante, peregrino e a Epifania nos ajuda as pensar na figura do imigrante, do estrangeiro, daquele que é diferente. Aquele em situação de vulnerabilidade que precisa de acolhida, de amor, de afeto, porque nele é que vemos o próprio Jesus.

HISTÓRIA

O Oitavário foi celebrado pela primeira vez em 1836. Era uma festa das liturgias. Pela manhã eram celebradas missas solenes nos diversos ritos católicos, latinos e orientais. Também eram realizadas pregações especiais em inglês, francês, alemão, polonês e espanhol. As tardes eram reservadas para missões populares com sermões em italiano.  Os ofícios eram concluídos com uma procissão e benção do Santíssimo.

Pallotti queria que os estrangeiros e os peregrinos tivessem a possibilidade de escutar, cada um em sua língua, a mensagem de Deus.