Setembro é o “Mês da Bíblia”, período que nos convida a conhecer mais intimamente a Palavra de Deus, por meio de uma leitura meditada e rezada. Para ser discípulo e missionário de Jesus Cristo é indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra.
O mês dedicado às Sagradas Escrituras é em lembrança da festa de São Jerônimo, celebrada no dia 30. O santo traduziu a Bíblia para o latim. A tradução foi estabelecida pelo Concílio de Trento (1542) como a versão oficial para a Igreja Católica.
O trabalho de São Jerônimo é referência nas traduções da Bíblia até os nossos dias. É o livro mais popular do mundo com mais de 5 bilhões de cópias em diversos idiomas e figura sempre na lista os mais vendidos.
Mas o que faz da Bíblia um Best-seller? E como os católicos garantiram que livros bíblicos se perpetuassem ao longo dos séculos? Essas perguntas querem levar você  a refletir sobre o seu relacionamento com as Sagradas Escrituras.
“Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra incessantemente seu alimento e sua força. Deus é o autor da Sagrada Escritura. As coisas divinamente reveladas foram consignadas sob a influência do Espírito Santo (CIC 104 e 105).”
A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor, ambos alimentam e dirigem toda a sua vida cristã. (CIC 141) “Tua Palavra é a lâmpada para meus pés, e luz para o meu caminho” (Sl 118,105).

TRADUÇÕES
A Bíblia foi escrita, originalmente, em três línguas: hebraico, aramaico e grego. O livro “Primeiros passos com a Bíblia”, da editora Paulus, traz que o Antigo Testamento (AT) foi escrito em hebraico e alguns textos em aramaico. Os últimos textos do AT foram escritos em grego, assim como todo o Novo Testamento. Existem no Brasil diversas traduções do texto bíblico de originais em hebraico e em grego e versões em francês e latim.
Em 1957, foi publicada a Bíblia Ave Maria, traduzida do francês. Em 2001, surgiu a tradução oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
No livro 100 perguntas e respostas sobre a Bíblia, o autor, Pe. José Raimundo Vidigal, CSsR, coloca que “é pela Tradição que recebemos a Bíblia. Assim explica o Concilio Vaticano II: “Mediante a mesma Tradição, conhece a Igreja o cânon inteiro dos livros sagrados, e a própria Sagrada Escritura entende-se nela mais aprofundadamente e torna-se incessantemente operante” (DV8).
Santo Agostinho participou, por volta do ano 400, de três Concílios provinciais, de Hipona e de Cartago, nos quais foi proclamado o cânon completo do Novo Testamento.
Segundo traz o livro de Vidigal, o primeiro e mais antigo catálogo oficial para toda a Igreja Católica é o do Concílio de Florença (Ano 1441). A mesma lista de livros foi reafirmada pelo Concílio de Trento, em 1546; e pelo I Concílio do Vaticano, em 1870.
Em 1740, foi descoberto em Milão, na Itália um documento antigo chamado Cânon de Muratori. O documento originado de Roma é a mais antiga lista dos livros bíblicos do Novo Testamento, anterior ao ano 180.

Você sabia que..

* A Bíblia foi escrita em um período de 1000 anos. O ano 1000 antes de Cristo a ano 100 depois de Cristo
João Crisóstomo foi o primeiro a usar a palavra Bíblia para se referir às Sagradas Escrituras, no quarto século depois de Cristo

* A Bíblia protestante não tem sete livros: Judite, Tobias, 1º Macabeus, 2º Macabeus, Baruc, Eclesiástico e Sabedoria, além de Ester 10,4-6,24 e Daniel 13-14

* Os livros são distribuídos em grupos:
Pentateuco (a lei): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio
Históricos: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester e 1 e 2 Macabeus
Sapienciais e poéticos: Jô, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Sabedoria e Eclesiástico
Proféticos: Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias
Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João
Ato dos Apóstolos
Cartas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 a 3 João e Judas
Apocalipse

Fonte: Primeiros passos com a Bíblia, Paulo Bazaglia. Ed. Paulus